A dança para mim
A dança para mim nunca foi terapia, tampouco passatempo, menos ainda recuperação de algo. A dança sempre esteve em mim. Eu sempre fui a dança, sempre pertenci a ela. Aprendi a andar dançando, cresci dançando. Ouço música e danço. Imagino música e imagino-me dançando. Quase tudo que faço, faço dançando, até mesmo na mente. Danço por dentro. Danço com cada célula. Assim como para mim não há lugar para dançar. Dançar é em todo lugar. Meu palco é a sala de minha casa, é a hora do banho, é minha mente. Meu palco é o teatro, meu palco é a festa, meu palco é aonde eu estiver. Meu palco é a vida. Meu palco é aqui e ali, e também acolá. E não preciso de palco, minha mente é livre, e lá sempre vou dançar. Meu palco sou eu quem crio, e lá vivo as mais belas músicas, isso ninguém vai me tirar. A dança para mim é bela, é harmônica, é tranquila e é amor. Amor de verdade, sem ego. Não tenho necessidade de dançar, a dança flui naturalmente em mim, sem cobranças, sem medo. A dança é um presente! Aprendi a me respeitar e respeitar as demais pessoas através da dança. Aprendi a amá-las. Ela me disciplinou, ela me ensinou, me tratou, me formou, me profissionalizou, me requintou, me aprimorou e me sublimou. Ela me faz cada dia mais bonita, mais saudável e um ser humano melhor. E ela vem de muitas vidas. Já danço há tanto tempo que não me recordo dessa vivência quando começou, mas sei que não irá terminar. Minha alma sempre irá dançar!
(Tatiane Rabachini)